Olá pessoas, já que hoje é o dia de musica boa então decidi trazer uma listinha pra vocês dos dez livros para ler no dia do rock, espero que gostem.
Travis Barker: vivendo a mil, enganando a morte e batera, batera, batera
“Travis Barker” expõe sua alma nessa autobiografia, que relata os altos e baixos da arte e da vida do renomado baterista, incluindo o terrível acidente de avião que quase o matou e seu traumático processo de recuperação – uma história fascinante e nunca antes contada de reinvenção pessoal, fundada em salvação musical e paternidade. Depois de alcançar a fama como baterista aclamado na banda punk Blink-182, que vendeu milhões de discos, tudo mudou para “Travis Barker”. Mas o lado negro do estrelato no rock teve seu preço: seu casamento, que foi tema de um reality show da MTV, se desfez. As turnês constantes escondiam sua dependência séria em drogas. Um acerto de contas só aconteceu quando ele foi forçado a encarar a mortalidade. Sua vida quase chegou ao fim num horrível acidente de avião e, depois, seu grande amigo, colaborador e também sobrevivente desse acidente, o DJ AM, morreu de overdose. Neste livro de memórias brusco e impetuoso, Barker reflete sobre a vida como astro do rock, paternidade, morte, perda e redenção ao compartilhar histórias moldadas por décadas de uma visão de mundo alcançada com muito suor. Suas memórias pulsantes são tão enérgicas quanto suas aclamadas batidas. Elas encerram os primeiros capítulos de uma vida bem vivida e inspiram os leitores a seguir os ritmos de seus próprios corações e a encontrar significado em suas vidas.
Do que é feita uma garota - Caitlin Moran
Wolverhampton, em 1990, parece uma cidade a que algo terrível aconteceu.” Talvez tenha acontecido de fato. Talvez seja Margaret Thatcher, talvez seja a vergonha que Johanna Morrigan passou num programa da TV local aos catorze anos. Nossa protagonista decide então se reinventar como Dolly Wilde - heroína gótica, loquaz e Aventureira do Sexo, que salvará a família da pobreza com sua literatura.
Aos 16 anos, ela está fumando, bebendo, trabalhando para um fanzine de música, escrevendo cartas pornográficas para rock-stars, transando com todo tipo de homem e ganhando por cada palavra que escreve para destruir uma banda. Mas e se Johanna tiver feito Dolly com as peças erradas? Será que uma caixa de discos e uma parede de pôsteres bastam para se fazer uma garota?
John Lennon: a vida
Entre as muitas revelações contidas nesta nova biografia de John Lennon, talvez a mais inocente seja a de que, ao contrário do que se acreditava até hoje, não foi a tia, Mimi, mas sua mãe, Julia, quem lhe deu a primeira guitarra. Bem menos inocente é a identificação correta da verdadeira musa de "Norwegian Wood", canção dos Beatles que relatava um evidente caso extraconjugal do líder da banda.
Mas nem uma coisa nem outra dá a tônica à cuidadosa pesquisa realizada por Philip Norman ao longo de três anos. Longe de contentar-se com curiosidades ou mexericos, John Lennon: a vida é o relato biográfico mais completo já escrito sobre uma das personalidades mais fascinantes da segunda metade do século XX: John Winston Lennon, nascido em 9 de outubro de 1940 e tragicamente morto a tiros em 8 de dezembro de 1980, na entrada do edifício Dakota, em Nova York.
Com acesso a documentos inéditos e testemunhos diretos de Yoko Ono, Sean Lennon e Paul McCartney, entre outros, Norman começa por descrever em detalhes infância e adolescência do ex-Beatle, e logo traz à tona episódios e personagens cruciais para o entendimento de uma figura tão unanimemente admirada quanto controvertida. O pai, Freddie Lennon, que o teria abandonado ainda pequeno, é uma delas, e seu lado da história ganha aqui, pela primeira vez, um relato pormenorizado. Não menos surpreendentes são os episódios jamais divulgados da vida do ex-Beatle, como a surra feroz e injustificada que, ainda em Hamburgo, Lennon teria dado em Stu Sutcliffe, mais tarde apontada como possível causa da morte prematura do amigo, em 1962.
Stu e Julia, Lennon admitiria mais tarde, foram as grandes perdas de uma existência marcada em igual medida pela genialidade e pela insegurança. Na outra ponta, Yoko Ono dá testemunho sincero e único dos quase quinze anos de vida a dois, e um comovente depoimento de Sean Lennon encerra o livro. Se, como mostra Philip Norman, John carregou por toda a vida a mágoa de não ter podido conviver mais tempo com a mãe, Julia, Sean não teve melhor sorte: tinha cinco anos quando o pai foi assassinado - uma das trágicas coincidências de uma biografia tão rica quanto conturbada, apresentada aqui num texto cristalino, que alia rigor de pesquisa a qualidade literária.
Nunca é o bastante - A historia do The cure
“A história do The Cure” começa como a de tantas outras bandas de rock ao redor do planeta. Um grupo de amigos entediados, numa pacata cidade, com uma ideia na cabeça: liberar o tédio e a frustração adolescentes através de música melancólica com guitarras. Um enredo bastante comum. Mas o aspecto prosaico dessa história acaba por aí. Tudo que veio depois foi grandioso, turbulento e causou um impacto profundo (e tristonho) na música contemporânea.
Da suburbana Crawley (em Sussex, Inglaterra) para o mundo: os (originalmente) três rapazes imaginários estabeleceram uma carreira duradoura e influente, que mesclou – talvez como nenhuma outra – essa capacidade improvável de alternar entre músicas longas, densas e soturnas com hits radiofônicos de primeira grandeza. Afinal, a mesma banda que criou “The Same Deep Water As You” também compôs “Friday I’m In Love”. Do fundo do poço ao topo das paradas. Quantas bandas conseguiram equilibrar esses extremos nas suas carreiras?
A biografia escrita por Jeff Apter, ex-editor da Rolling Stone Austrália, vasculha os principais acontecimentos da trajetória desses sobreviventes do pós-punk. Disco por disco, polêmica por polêmica, um relato abrangente e detalhado que revela curiosidades das gravações, das turnês e também das vidas pessoais dos integrantes. Da inconsistência do primeiro álbum (Robert Smith apitou pouco nesse debut, e decidiu tomar as rédeas depois de se frustrar com o resultado) à trilogia maldita (formada pelos discos Seventeen Seconds, Faith e Pornography), passando pelo sucesso mundial em meados dos anos oitenta, pela bem-sucedida parceria com o diretor Tim Pope (que rendeu clipes que passaram à exaustão na MTV) e por todos os aspectos positivos e negativos que vêm de brinde com a superexposição.
Com Robert Smith conduzindo os rumos da banda de maneira firme, o Cure conquistou uma legião de fãs, vendeu milhões de discos e cravou seu nome na história do rock’n’roll. Pais do gótico? Tem um fundo de verdade, mas é um reducionismo desnecessário, afinal eles foram muito além disso. “The Lovecats”, “Close To Me” ou “Let’s Go To Bed” não me deixam mentir. E essa história não chegou ao fim: Smith e cia seguem cantando e encantando. Nunca é o bastante para o Cure.
Alta fidelidade - Nick Hornby
Rob é um sujeito perdido. Aos 35 anos, o rompimento com a namorada o leva a repensar todas as esferas da vida: relacionamento amoroso, profissão, amizades. Sua loja de discos está à beira da falência, seus únicos amigos são dois fanáticos por música que fogem de qualquer conversa adulta e, quanto ao amor, bem, Rob está no fundo do poço. Para encarar as dificuldades, ele vai se deixar guiar pelas músicas que deram sentido a sua vida e descobrir que a estagnação não o tornou um homem sem ambições. Seu interesse pela cultura pop é real, sua loja ainda é o trabalho dos sonhos e Laura talvez seja a única ex-namorada pela qual vale a pena lutar.
Um romance sobre música e relacionamento, sobre as muitas caras que o sucesso pode ter e sobre o que é, afinal, viver nos anos 1990. Com rajadas de humor sardônico e escrita leve, a juventude marinada em cultura pop ganhou aqui seu espaço na literatura. Ou, como escreveu Zadie Smith, “Hornby levou o romance inglês de volta a suas raízes perdidas. Nos ajudou a lembrar que nem todos os livros precisam falar dos quinhentos anos de história pós-colonial, [...] podem falar da alma de um homem, sua casa e como ele vive nela, das ruas por onde anda e das pessoas que ama”. Este é um retrato do homem contemporâneo sem ruídos, um retrato em alta fidelidade.
Mick Jagger - Philip Norman
Mick Jagger é o astro da música que melhor encarnou o ideal de sexo, drogas e rock’n’roll. Nesta que é a mais completa biografia do líder dos Rolling Stones, Philip Norman refaz os passos da consagração de Mick Jagger e mostra como ele se tornou um showman sedutor, o protótipo do pop star genial, escandaloso e milionário.
A partir de uma pesquisa detalhada e numerosas entrevistas, Norman reconstitui a infância de Mick (nascido Mike), o início da carreira do grupo (quando os Stones rivalizavam com os Beatles) e acompanha cronologicamente a evolução da banda, revelando bastidores da criação de clássicos como “Satisfaction”, “Jumpin’ Jack Flash”, “Brown sugar” e “Start me up”.
O livro repassa os episódios turbulentos da carreira do astro e seu grupo, como a morte de Brian Jones, a relação de amor e ódio com Keith Richards, a prisão e o processo por porte de drogas em 1967 e o trágico concerto de Altamont (Califórnia), em 1969, quando um membro da plateia foi esfaqueado até a morte pelos Hell’s Angels, enquanto Mick Jagger cantava “Sympathy for the Devil”.
Ganham destaque os relacionamentos conjugais e extraconjugais com mulheres atraentes e famosas como Marianne Faithful, Bianca Jagger, Jerry Hall, Carla Bruni e Angelina Jolie.
O autor também relata o envolvimento de Mick Jagger com Luciana Gimenez em 1998, no Rio de Janeiro, quando ainda era casado com Jerry. Mick planejava vir ao Brasil com Angelina Jolie, mas a atriz cancelou a viagem. No Rio, durante a turnê Brigdes to Babylon, o cantor acabou se envolvendo com a modelo brasileira, com quem teve um filho, Lucas, nascido em 1999 e reconhecido depois de um processo legal movido por ela.
Hoje, sir Mick Jagger, condecorado pela rainha da Inglaterra, é um respeitado avô de quase setenta anos, mas sua imagem e sua voz ainda inspiram fãs e admiradores. A biografia restitui ao astro sua dimensão humana, retratando um personagem complexo, vulnerável e afetivo.
O estilo envolvente de Philip Norman narra como, em sua longa trajetória de mais de cinquenta anos como astro e ícone sexual, Mick Jagger foi assimilado pelo establishment, mas manteve a mística transgressiva e fascinante do rock.
Hendrix por Hendrix: Entrevistas e encontros com Jimi Hendrix
Esse livro é o mais próximo de uma autobiografia que jamais veremos. Entrevistas reveladoras realizadas no auge da carreira do guitarrista, entre 1966 e 1970, cuidadosamente selecionadas por Steven Roby, um notório historiador de Hendrix. O volume traz inclusive a última entrevista do músico, concedida dias antes de sua morte. Hendrix Por Hendrix dissemina uma riqueza de materiais que os fãs mais ferrenhos nem suspeitavam que existia. – Richie Unterberger, autor do livro The Unreleased Beatles O mais próximo de uma autobiografia que jamais veremos do lendário guitarrista. – Publishers Weekly Jimi em seu estado mais imaginativo, honesto e vulnerável, principalmente quando falando de si mesmo. – Paul Caruso, amigo e colaborador musical de Hendrix Esta compilação de suas entrevistas faz um trabalho incomparável ao promover e entender sua personalidade. – Juma Sultan, amigo e percussionista de Hendrix.
Erasmo Carlos - Minha fama de mau
Com cabeça de homem e coração de menino, o cantor e compositor conta suas divertidas memórias, da infância humilde à consagração como ídolo do rock
Ele veio ao mundo para topar qualquer parada. Erasmo Carlos não só venceu os muitos desafios que o destino colocou no seu caminho, como se tornou um dos primeiros popstars brasileiros. Minha Fama de Mau conta como o menino criado pela mãe numa casa de cômodos, superou todas as limitações e o preconceito da Zona Sul carioca, consagrando-se, junto ao amigo Roberto Carlos, como o porta-voz sentimental de milhões de pessoas.
Não só um ícone da MPB, Erasmo é também, como diz a letra de Amigo, uma pessoa doce, engraçada e generosa. Um artista deliciosamente humano que, através de suas memórias, conta as dificuldades e alegrias da juventude marcada pelo fenômeno da Jovem Guarda e da fama tão inesperada como explosiva.
No começo de tudo, era quase impossível prever que tanto sucesso chegaria. De estoquista de loja de sutiãs a carregador de tijolos refratários, Erasmo fez de tudo até alcançá-lo - experiências frustradas que o convenceriam de que seu destino definitiva-mente era trabalhar com música. O primeiro passo era pensar no nome artístico:
"Sempre achei o nome Erasmo, sozinho, de uma pobreza enorme, artisticamente falando. Não me sentia confortável ao ser anunciado nas quermesses. Resolvi então as-sumir meu nome completo e ficou pior", conta ele, que, na falta de um segundo nome forte para um cartão de visitas, foi buscar inspiração num almanaque que destacava a energia ímpar atribuída ao nome Carlos pelos mestres do ocultismo. Cada letra que compõe o nome é na verdade a inicial de uma representação da nobreza: "C" de Cristo, rei dos judeus; "A" de águia, rainha das aves; "R" de rosa, rainha das flores; "L" de leão, rei dos animais; "O" de ouro, rei dos metais; e "S" de Sol, rei dos astros. "Erasmo Carlos. Esse era eu."
Nascia dentro do jovem rapaz a personalidade hoje consagrada por parceiros como Rita Lee, para quem Erasmo é o "pai do rock brasileiro". Mas o peso do título jamais seria razão para deslumbramento. Neste livro, o adulto que conta as histórias é o mesmo garoto criado com simplicidade e amor pela zelosa Dona Diva. Os vizinhos do velho casarão tijucano só não poderiam imaginar que o mesmo Erasmo que aprontava todas ao lado de Tim seria hoje uma figura ilustre da música brasileira ao lado do mesmo Tim, sobrenome Maia.
Por dois anos e meio Erasmo reuniu essas e outras passagens que costurariam os detalhes de sua vida e sua carreira. Aos 68 anos, quase seiscentas composições e muitos prêmios depois, se mostra tão à vontade no texto quanto nos tempos da Jovem Guarda. As amizades, cultivadas ao longo de décadas, continuam firmes. A família é representa-da pelos filhos Gil, Gugu e Léo, que formam junto ao pai "os quatro homens dependen-tes", de quem fala na música Mulher, de 1981. Personificada, essa mulher seria Nara, sua esposa por 16 anos e ainda fonte de inspiração. Sentado à beira do mesmo caminho, Erasmo acredita na sorte: "Mas também acredito no azar, bicho. Consegui na vida muito mais do que imaginei, não tenho do que reclamar."
A maça envenenada - Michel Laub
Em 1993, o grupo norte-americano Nirvana fez uma única e célebre apresentação no estádio do Morumbi, em São Paulo. Um estudante de dezoito anos, guitarrista de uma banda de rock e cumprindo o serviço militar em Porto Alegre, precisa decidir se foge do quartel - o que o levaria à prisão - para assistir ao show ao lado da primeira namorada.
A escolha ganha ressonâncias inesperadas à luz de fatos das décadas seguintes. Um deles é o suicídio de Kurt Cobain, líder do Nirvana, que chocou o mundo em 1994. Outro é o genocídio de Ruanda, iniciado quase ao mesmo tempo e aqui visto sob o ponto de vista de uma garota, Immaculée Ilibagiza, que escapou da morte ao passar 90 dias escondida num banheiro com outras sete mulheres.
Focado nos anos 1990, A maçã envenenada é o segundo volume da trilogia sobre os efeitos individuais de catástrofes históricas iniciada com Diário da queda, cuja ação central se dá nos anos 1980. Como no volume anterior, Michel Laub aborda o tema da sobrevivência usando os recursos da ficção, do ensaio e da narrativa memorialística, numa linguagem que alterna secura e lirismo, ironia e emoção no limite do confessional.
No sutil entrelaçamento de seus temas, que evocam as particularidades de universos tão opostos quanto o mundo da música e um quartel, este é um livro sobre paixão: por uma pessoa, por um ídolo, por uma ideia, por uma época. E também pela vida, embora esta sempre cobre um preço de quem escolhe - quando se trata de uma escolha - experimentá-la com intensidade.
Cidade em chamas - Garth Risk Hallberg
Nova York, 1976. O sonho hippie acabou, e dos escombros surge uma nova cultura urbana. Saem as mensagens de paz e amor e as camisetas tingidas, entram as guitarras desafinadas, os acordes raivosos e os coturnos caindo aos pedaços. Por toda a cidade brotam galerias de arte e casas de show esfumaçadas. É nesse cenário que Garth Risk Hallberg situa esta obra colossal, aclamada pela crítica como uma das grandes estreias literárias de nosso tempo.
Regan e William são irmãos e herdeiros de uma grande fortuna. Ela, uma legítima Hamilton-Sweeney e eternamente preocupada com o futuro da família, vê seu casamento desmoronar em meio às infidelidades do marido. Ele, a ovelha negra, fundador de uma mitológica banda punk, artista plástico recluso e figura lendária das artes nova-iorquinas. Ao redor dos dois gira uma constelação de tipos e acasos. A jovem fotógrafa que descobre um influente movimento musical pelas ruas da cidade. O jovem professor negro e gay que chega do interior e se apaixona pelo misterioso artista. O grupo de ativistas que pode ou não estar levando longe demais o sonho de derrubar o establishment. O garoto careta e asmático que se apaixona pela punk indomável. O repórter que sonha ser o novo nome do jornalismo literário americano. E, em meio a tudo isso, um crime que vai cruzar suas vidas de forma imprevisível e irremediável.
Combinando o ritmo de um thriller ao escopo dos grandes épicos da literatura, Garth Risk Hallberg constrói um meticuloso retrato de uma metrópole em transformação. Dos altos salões do poder às ruelas do subúrbio, ele captura a explosão social e artística que definiu uma década e transformou o mundo para sempre. Cidade em chamas é um romance inesquecível sobre amor, traição e perdão, sobre arte e punk rock. Sobre pessoas que precisam umas das outras para sobreviver. E sobre o que faz a vida valer a pena.
Por: Mila